domingo, 22 de novembro de 2020

CÂNDIDO

 



Voltaire

 

“…depois do jantar….Cunegundes e Cândido encontraram-se atrás de um biombo. Cunegundes deixou cair o lenço, Cândido apanhou-o; ela segurou-lhe inocentemente a mão; o jovem beijou-lhe inocentemente a mão com uma vivacidade, uma sensibilidade, uma graça, muito particulares; as bocas encontraram-se, os olhos inflamaram-se, os joelhos tremeram, as mãos desatinaram. O Sr Barão de Thunder-ten-tronckh passou ao pé do biombo e, vendo esta causa e este efeito, expulsou Cândido do castelo aos pontapés no rabo. Cunegundes desmaiou. Quando voltou a si, foi esbofeteada pela Srª Baronesa e houve uma grande consternação no mais belo e agradável dos castelos possíveis”.

Começaram assim as desventuras de Cândido, que uma forçada peregrinação pelo mundo, com escala em Lisboa, onde o surpreende o terramoto de 1755, obriga a reconhecer que, ao contrário do que lhe ensinara Pangloss, este mundo não é afinal o melhor dos mundos possíveis.

É uma das mais célebres obras de Voltaire, onde o leitor poderá saborear toda a força da ironia alegre mas mordaz daquele que foi um dos principais precursores da Revolução Francesa.

Da contracapa

Editado pelas Publicações Europa-América em 1973

 


 

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