sábado, 20 de abril de 2024

Um Amor Insólito




Rui Sobral de Campos

 

Matilde e Carlos se enamoraram na Faculdade de Medicina. Não existiu, como era hábito para a época, pedido de namoro. Simplesmente após um encontro, que decorreu numa das diversas atividades da Universidade de Coimbra, beijaram-se e acabaram por encetar um relacionamento que, até acabar inesperadamente quatro anos mais tarde por iniciativa de Matilde, se foi desenvolvendo muito bem, com grande felicidade.


Matilde se tinha apaixonado por João Castelo, que viria a se tornar o seu primeiro marido, enquanto Carlos, deprimido e carente de afeto, acabou por se casar com Cláudia alguns anos depois. Três décadas mais tarde, mais precisamente quando Carlos foi empossado como diretor do Departamento de Anatomia de uma universidade privada, Matilde dirigiu-se ao instituto para cumprimentá-lo.

As relações afetivas humanas nem sempre são claras e fáceis de explicar, muitas vezes são perplexas e difíceis de entender, foi nessa base que incidiu a construção de Um Amor Insólito, que tenta analisar os encontros e os desencontros amorosos que vão pautando a existência, sem que seja possível tirar conclusões definitivas que justifiquem os diversos acontecimentos, frutos das opções tomadas, as quais nem sempre seguem a lógica.

Muitas vezes, os aspetos referidos, por familiares chegados, divergem mesmo sobre factos idênticos: as apreciações, sejam positivas ou negativas, têm a tendência para expressar, de modo inconsciente, as conceções de vida que afetam os testemunhos dos inquiridos.

Sinopse

 

O Autor

 

Rui Sobral de Campos nasceu em 1941 no Porto. Licenciado em Medicina e em História, trabalhou em hospitais públicos e privados de 1970 a 2012.
Publicou cinco romances, entre os quais Em Nome de Meu Pai, distinguido com o Prémio Fialho Almeida Ficção 2019 da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos, A Informadora – Crónica de anos sombrios e A Herdade do Mocho.
Na sua obra literária, Sobral de Campos procura não deixar que o iníquo Estado Novo caia no esquecimento, visto que as novas gerações, sobretudo as nascidas pós 25 de Abril, têm legitimamente outras preocupações.
Outros temas que lhe interessam têm a ver com as desigualdades sociais que manietam Portugal, bem como a lenta subida do elevador social.
Um amor insólito é o seu sexto livro.

 

Editado pela Europa Editora





João Taborda Portuguese Salon

 

Candidaturas abertas

De 30 janeiro a 15 maio 2024




Criado pela viúva de João Taborda, o Salão Português de Fotografia online de âmbito internacional conta com o apoio de fotógrafos de renome mundial.

O concurso tem a designação de João Taborda Portuguese Salon em homenagem a um homem que dedicou toda a sua vida não profissional à fotografia, a sua grande paixão.

O ano passado o concurso foi um sucesso e por isso repete-se novamente este ano com o único objetivo de divulgar a fotografia que se faz em Portugal e o papel relevante que poderá ocupar na arte fotográfica internacional.

O concurso destina-se a todos os amantes de fotografia, fotógrafos amadores e profissionais.

As inscrições estão abertas até ao próximo dia 15 de maio aqui

sábado, 16 de março de 2024

PARA QUE A MEMÓRIA NÃO SE APAGUE

 

Fez esta noite 50 anos, que os Tenentes Rocha Neves (já falecido), Virgílio Varela (já falecido) e Silva Carvalho (meu comandante de companhia em 1980/81) deram ordem de prisão aos então 1º e 2º comandantes do Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha (na altura RI5) dando início ao que se chamou a intentona das Caldas.

 

O resultado é conhecido, com a Unidade a ser cercada já durante o dia por forças fiéis ao regime da Região Militar de Tomar. Os militares revoltosos sabiam que a força que os cercava contava com oficiais afectos ao Movimento das Forças Armadas, o que lhes deu alguma tranquilidade quanto à eventualidade de um confronto armado.  Tal era o estado de um dos pilares do regime!

 

Seguiu-se a rendição do Regimento com 33 oficiais a serem detidos, agredidos e transferidos para a prisão militar da Trafaria. Destes conheci os Capitães : Silva Carvalho, Rocha Neves, Bettencourt Coelho, João Madalena Lucas, Ivo Garcia, Montalvão e Carreira Ângelo (comandante da minha companhia de instrução). Os sargentos e praças foram levados para o Campo Militar de Santa Margarida.

 

Estes militares só seriam libertados 40 dias depois pelos seus camaradas da Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas, que teve por missão posicionar as suas peças na base do Cristo Rei, as quais com o seu efeito dissuasor foram determinantes na neutralização, sem disparos, da fragata Gago Coutinho, entretanto posicionada em frente ao Terreiro do Paço, onde se encontrava a força da Escola Prática de Cavalaria comandada pelo Capitão Salgueiro Maia.

 

Um aspecto pouco conhecido, é que a estes 33 oficiais libertados na noite do 25 de Abril, pelos seus camaradas da EPA de Vendas Novas, foram atribuídas imediatamente missões pelo MFA, tendo só regressado às suas casas alguns dias depois. O Tenente Silva Carvalho, hoje Coronel, foi incumbido de coordenar as forças do Movimento no Quartel-General de S. Sebastião da Pedreira (Lisboa).

 

Convivi diariamente com estes homens durante 17 meses, enquanto cumpria o Serviço Militar no RI das Caldas. Deixaram-me uma forte impressão de modéstia, discrição, sem ambições de poder, e que por terem sido levados a fazer a guerra tinham uma consciência muito nítida, muito madura do valor da Paz.

Vivemos tempos conturbados de corrida aos armamentos em que o perigo da emergência de um conflito de grande dimensão é real. É preciso falar mais de Paz e menos de guerra.

Sem passado não há presente.

 

C.F.



 


domingo, 28 de janeiro de 2024

CONCURSO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA: "JOÃO TABORDA MEMORIAL SALON"


 


Depois do “João Taborda Memorial Salon“, salão internacional de fotografia organizado online, com o reconhecimento de importantes sociedades fotográficas internacionais, este ano realiza-se o “João Taborda Portuguese Salon”. Ambos os salões homenageiam o médico e fotógrafo (por paixão) português, que dá nome a estes certames e que recebeu ao longo da vida inúmeros prémios internacionais . Durante anos, este médico foi júri permanente do Salão Internacional do Algarve que viria a terminar por motivos económicos, o que considerou uma perda enorme para a fotografia portuguesa, facto que o levou a sonhar sempre com a criação de um salão internacional português de fotografia.

Conforme explica Fátima Taborda, que está a assegurar a realização desse sonho que João Taborda já não conseguiu concretizar, o concurso “João Taborda Portuguese Salon” mantém como único objetivo “divulgar a excelência da fotografia que se faz em Portugal e o papel relevante que esta poderá ocupar na arte fotográfica internacional. Neste momento, torna-se premente que o nosso país se imponha no mundo fotográfico mundial”, explica, alertando que o nome do país está “a ser usado de forma abusiva”. Para o sucesso do salão é essencial a boa adesão dos amantes de fotografia portugueses. Fátima Caeiro Taborda espera um sucesso pelo menos idêntico ao do ano passado: “É com enorme felicidade que posso informar que o número global de participantes em 2023 foi de 192, provenientes de 48 países, sendo 22% de nacionalidade portuguesa. E o número total de fotografias a concurso ascendeu a 2911!”

Entre os vencedores houve diversos fotógrafos portugueses: Jorge Bacelar, André Boto, Fernando Penim Redondo, Ana Marta Bastos e Jorge Gonçalves Silva entre outros. “Posteriormente foi efetuada uma exposição pública de todos os trabalhos premiados na Biblioteca Orlando Ribeiro em Lisboa”.

O prazo de candidatura ao concurso deste ano termina a 15 de Maio de 2024 e destina-se a todos os amantes de fotografia, fotógrafos amadores e profissionais que podem aceder ao site aqui: https://theiaap.com/e/joaotaborda/

Do site da Ordem dos Médicos


terça-feira, 9 de janeiro de 2024

SER MORTAL

                                                                       


Como é que enfrentamos o envelhecimento das pessoas que amamos? Apesar de trabalhar há anos como cirurgião, Atul Gawande só se apercebeu até que ponto estava mal preparado para lidar com a morte quando foi confrontado com a decadência do pai. Estaria o pai disposto a viver até onde fosse medicamente possível? Ou só enquanto tivesse qualidade de vida? E em casa ou num lar? O que era realmente importante? As respostas, não lhe eram dadas por uma ciência cada vez mais desumanizada. A medicina, com todos os extraordinários progressos tecnológicos, tem vindo a centrar-se cada vez mais em (apenas) manter os pacientes vivos. O coração falha? Há cirurgias, próteses e transplantes. O resto pouco importa. Na pior das hipóteses o paciente volta ao bloco operatório para nova intervenção. Esquecida fica assim a vida nos intervalos das consultas e cirurgias. No entanto, conforme defende Gawande, devemos encarar a medicina como uma forma de prolongar a qualidade de vida. Existem geriatras, lares, hospitais, unidades de cuidados paliativos que oferecem aos pacientes dignidade, auto-estima, autonomia. Provam que o fim pode ser (re)escrito de outra maneira - muito mais feliz. Leitura obrigatória para quem envelhece ou testemunha a velhice, Ser Mortal é o melhor e mais pessoal livro de Atul Gawande. Filosófico por vezes, comovente quase sempre, é a corajosa narrativa de um médico que conhece os limites da ciência, mas também o modo como ela nos pode servir melhor.


O Autor

Atul Gawande é cirurgião, escritor e investigador na área de Saúde Pública. Pratica Cirurgia Geral e Endócrina no Brigham and Women’s Hospital. Dá aulas no Departamento de Política e Gestão de Saúde na Faculdade de Saúde Pública de Harvard e também de Cirurgia Geral na Faculdade de Medicina de Harvard. Dirige o Ariadne Labs, um centro de inovação em sistemas de saúde, e preside à Fundação Lifebox, uma ONG que procura melhorar a prestação dos cuidados de saúde a nível global, ajudando os países com menos recursos.

Nos quadros da revista New Yorker desde 1998, escreveu três bestsellers do New York Times: A Mão Que Nos Opera (finalista do National Book Award), Ser Bom Não Chega e O Efeito Checklist (publicados pela Lua de Papel). Recebeu dois National Magazine Awards, ganhou a MacArthur Fellowship e o prémio Lewis Thomas para Obras sobre Ciência.


Edição da Lua de Papel

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE RICARDO LAIRES

                           Ricardo Laires Exposição de Pintura

  Centro Galego de Lisboa 25 a 30 Novembro 2023

RICARDO  PETTERMANN  LAIRES 

   Nasceu em Lisboa a 4 de Julho de 1948

  Licenciado em Medicina .Oftalmologista
   Frequentou os cursos de desenho e pintura no Instituto de Artes e Ofícios
  da UAL de Lisboa,orientados pelo Prof.José Mouga (2009-2015)
  EXPOSIÇÕES
2011 Galeria do Instituto de Artes e Ofícios da UAL (colectiva)
2012 Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (individual)
           Galeria do IAO da UAL (colectiva)
2013 Galeria da Ordem dos Médicos em Lisboa(individual)
           Galeria Municipal de Torres Vedras (colectiva)
2014 Salão Nobre do Teatro da Trindade de Lisboa(exposição de dois pintores)
2015 Edifício Central do Município de Lisboa (exposição de dois pintores)
2016 Affordable Art Fair (Fevereiro,Bruxelas)/Galeria Gaudi(Madrid)
           Hotel NH-Campo Grande/Metizartis,Abril/Lisboa (individual)
            Feira Internacional de Arte Contemporânea(Maio,San Sebastian)/Galería Gaudi
            Art Santa Fé Fair(Julho,EUA)/Galería Gaudi
           Affordable Art Fair (Outubro,Amsterdam)/Galería Gaudi
2017  Marzia Frozen,Abril/Berlin(colectiva)
           Metizartis/Museu Militar de Lisboa,Maio(colectiva)
           Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (4 Nov.a 20 Dez./individual)
2018  Artbox.Project na Stricoff Gallery NEW YORK(5-16 Março/colectiva)
            Xuventude de Galícia/Centro Galego de Lisboa (22 Set a 4 Out/individual)
2019  Xuventude de Galícia/Centro Galego de Lisboa(13 Abril a 10 Maio)
2020  Xuventude de Galícia/Centro Galego de Lisboa (17 a31 Outubro)
2021  Centro Galego de Lisboa (4-18 Dez.exposição de dois pintores)
2022  Feira de Arte Contemporânea/Metizartis,Madrid(23 a 27 Fev.)
            Festival “All You Need is Art”Cordoaria Nacional/Metizartis(23-27 Março)
            Galeria R.Rodyner palacete Casa da Guia Cascais(28 Maio a 28 Junho)
             Exposição individual “Fragmentos”
             Contemporary Venice 2022-11thEdition(21 Oct-10 Nov)
2023   Exposição colectiva na Arca Gallery Portugal,intitulada “Para além da cor”
             Maio 2023
            Coleções particulares:
            Representado em várias coleções particulares em Lisboa,Porto,Aveiro,
            Portimão,Loulé ,Madrid,Bruxelas,Amsterdão,Berlim e Califórnia.     
             Quadro escolhido para capa de livro de monografia acerca da presbiopia,
             editado pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.
            Quadros escolhidos para a revista internacional Spotlight Magazine 30.               
                                                   Lisboa,Julho 2023
                                               Ricardo  Pettermann  Laires  
                                                 ricardolairesrl@yahoo.com 
                             

terça-feira, 10 de outubro de 2023

A INQUISIÇÃO DE LISBOA (1537-1579)





Daniel Norte Giebels

 

Muitas páginas foram escritas sobre o impacto da actividade da Inquisição portuguesa.

Poucas, porém, revelam o interior dos seus tribunais distritais, sendo o de Lisboa aquele que, até à publicação desta obra, menos se conhecia e, no entanto, mais importava conhecer, considerando a precedência e centralidade que assumiu durante o processo de estabelecimento da Inquisição em Portugal.

É  o primeiro estudo monográfico sobre a Inquisição de Lisboa. A abordagem quis-se inédita, procurando uma visão integral do funcionamento do tribunal entre 1537 e 1579, recorrendo a um exaustivo trabalho de levantamento de fontes régias, eclesiásticas e inquisitoriais, como os 3000 processos que se consultaram.

O leitor poderá conhecer quem eram os servidores que compunham os quadros humanos do tribunal, as funções que desempenhavam, os vencimentos que auferiam, as suas proveniências familiares, profissionais e académicas. Será depois convidado a visitar os recantos do auditório e cárceres, testemunhando as vivências que enchiam esses espaços. De seguida, deter-se-á, certamente, nos balanços de receita e despesa que nem sempre viabilizaram o seu funcionamento. Terminada esta incursão pela organização interna, observará, finalmente, a máquina inquisitorial em actividade, desde os mecanismos de vigilância à prática processual e penal. Transversais a toda a leitura, as relações que o tribunal foi estabelecendo com outros poderes, como a Coroa, a Igreja, as Ordens Religiosas e Militares.

                                                                                                   

 O Autor

Daniel Norte Giebels é doutorado em Altos Estudos em História pela Universidade de Coimbra e investigador integrado do Centro de História da Sociedade e da Cultura. Foi distinguido, em 2015, com o 1º Prémio Nacional de Ensaio Histórico António Rosa Mendes.

Edição da Gradiva

 

domingo, 16 de julho de 2023

HISTÓRIAS DA VIDA CLÌNICA - 7

  HISTÓRIAS DA VIDA CLÌNICA - 7


                                    O galo

 

     O Serviço Médico à Periferia que nos levou a terras e vivencias desconhecidas foi uma aprendizagem ímpar que eu julgo que continua a fazer falta aos jovens médicos.

     Nos anos setenta as nossas vilas e aldeias do interior eram muito mais povoadas, a maioria analfabetos, mas com uma simplicidade e bondade de caracter que a cada momento nos surpreendia.

       Os que vivem nas grandes cidades e não têm contacto com o povo não compreendem o modo de viver dum povo castigado com decisões sempre hostis e erradas ditadas por interesses mesquinhos que vão despovoando o nosso interior afugentando os médicos deixando-os outra vez entregues a si próprios escolas longe hospitais longe desemprego um convite permanente ao abandono.

    A relação médico/doente era bem diferente do que é hoje -um novo doente era um potencial amigo ainda não havia utentes e muito menos clientes as campanhas anti-médico ainda não tinham começado.

     A aldeia onde fiz consulta durante um ano tinha muito poucos transportes públicos e o carro do médico servia também para transportar doentes que precisavam de internamento ou para se deslocarem à Vila.

    Um dia uma senhora de 50 e poucos anos com uma infecção respiratória com mais de uma semana de evolução e febre alta veio à consulta ,como precisava dum RX e análises avisou a família que podia ter de ficar internada e no final da consulta levei-a ao Hospital fiz um RX -eramos nós que fazíamos os RX não havia técnico- fez análises confirmou-se a suspeita clinica de pneumonia ficou internada dois dias no dia da alta passei no Hospital de manhã e levei a doente para casa que era na aldeia onde fazia consulta.

   Na Consulta seguinte Curada da Pneumonia disse-lhe -pronto agora só necessita de voltar à consulta dentro de 15 dias. Dr estou-lhe muito agradecida por tudo o que fez por mim e na próxima consulta vou trazer-lhe um GALO muito bonito que tenho lá no meu quintal- Deixe estar o galo que não tenho capoeira para o guardar-não, faça uma canjinha que é muito boa dum galo daqueles dá muita saúde.

   Na consulta seguinte confirmou-se que a tosse residual já tinha passado e estava sem queixas.

   O Dr Hoje já vinha a contar com o GALO mas olhe adoeceu um filho meu e tive de o matar para fazer uma canjinha , trago-lhe dois pombinhos, não é a mesma coisa, mas também fazem uma canjinha muito boa.

  Agradeci naturalmente a oferta, mas fiquei mais maravilhado com a sinceridade e simplicidade com que honestamente se justificou, os pombos foram oferecidos a um pombal que havia no Monte onde residíamos.

A doente e a sua família ficaram naturalmente nossos amigos.  

Juramento de Hipócrates

Versão de 1983

A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação.

Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica.


A.M.

 

sexta-feira, 30 de junho de 2023

HISTÓRIAS DA VIDA CLÍNICA - 6

 

         Histórias da vida clínica - 6


                    As Instalações degradadas

 

 

   Os Hospitais têm em geral instalações muito degradadas. 

  Os Hospitais Civis de Lisboa ocupam Edifícios Centenários que pertenceram a antigos Conventos, estão em remodelação permanente, em regra pequenas obras que nada resolvem, e com o passar do tempo vamo-nos alheando desta situação humilhante em que trabalhamos.

   A nossa preocupação é a de melhorar os cuidados médicos, realizar uma medicina de excelência, intervenções cirúrgicas de ponta iguais às que se realizam nos melhores Hospitais do Mundo e vamos esquecendo que as instalações estão cada vez mais degradadas.

   Claro que quando vamos Estagiar no Estrangeiro encontramos uma diferença abismal, em tudo, principalmente na Organização e na Qualidade das Instalações.

  A maioria dos nossos Blocos Operatórios não tem as condições exigidas hoje em qualquer País da Europa, os gabinetes de consulta têm as paredes e as janelas a evidenciar degradação avançada.

 Na verdade, no dia a dia, vamos esquecendo tudo isto e trabalhamos como que anestesiados, orgulhosos do nosso trabalho, foi assim durante muitos anos, claro que na ultima década as coisas pioraram muito e cada vez se passou a ouvir mais entre os médicos -estou a contar os dias para me ir embora.

  O descontentamento alastrou fomos despindo a camisola entrámos numa degradação sem retorno.

  Mas nos anos noventa a vontade era soberana estávamos orgulhosos do nosso trabalho e do nosso Hospital.

   Num dia normal de consulta  chega-nos um doente operado há alguns meses ,satisfeito com os resultados da Intervenção Cirúrgica, vinha mais para agradecer do que para ser consultado. Como residia numa zona com Instalações Termais afamadas e tinha uma         artrite em tratamento recomendei-lhe que poderia aproveitar  as termas para ir tratar a sua poliartrite -e a resposta foi imediata:- Dr as Termas estão muito degradadas ,aquilo está uma desgraça, olhe assim como as Instalações aqui do Hospital as paredes estão assim como estas que o Sr Dr tem aqui no seu gabinete.

  Acordei de repente do meu sonho cor-de-rosa, pensei nestas palavras durante muito tempo e senti-me naturalmente amargurado e humilhado com tão dura realidade.


    A.M.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

GENÉTICA PARA TODOS

 



Heloísa G. Santos e André Dias Pereira

 

Poderemos compreender as principais potencialidades e limitações dos conhecimentos hoje adquiridos em Genética Humana?
O que é o ADN? O que são testes genéticos? E testes genómicos?
Podemos alterar os nossos genes e os do nosso bebé?
Poderemos contar com medicamentos personalizados e um sistema público de saúde que, com base no conhecimento das características do genoma de cada um e recurso a algoritmos, nos irá proporcionar uma medicina de total rigor e precisão?
Qual será o preço social e humano que poderemos ter de pagar por estas mudanças tão radicais?
Que papel desempenham, neste contexto, a ética e o direito?
No nosso país, são escassas as publicações que procuram dar resposta a estas questões candentes no contexto da actual 4.ª Revolução Industrial. Na esperança de ajudarem a suprir essa lacuna, os autores convidam o leitor a acompanhá-los numa fascinante viagem, desde a descoberta das células e dos cromossomas até às mais recentes inovações na área da genética humana.
 

                                                                                       Da contracapa

Índice
PARTE I

DE MENDEL À REVOLUÇÃO GENÓMICA DO SÉCULO XXI
Heloísa Santos

Preâmbulo
1. Generalidades
2. Conhecimentos já adquiridos através da investigação e da prática clínica
3. Características especiais dos testes genéticos
4. Glossário
Introdução
A descoberta do genoma
Principais bases científicas

Da sequenciação do genoma aos nossos dias
Reflexões finais — E agora?
Bibliografa e comentários
PARTE II

GENÉTICA HUMANA: O OLHAR DE UM JURISTA
André Dias Pereira

Introdução
Direitos Humanos e Direitos Fundamentais: origem, organizações
internacionais e documentos fundamentais
A eugenia no século xx e os riscos do século xxi
Consentimento informado e genética
Sigilo médico, privacidade e confidencialidade
Direito a não saber
Os dados genéticos no novo regulamento geral sobre a proteção
de dados
Discriminação — Trabalho e seguros
Desafios I — Biobancos e bases de dados de perfis de ADN —
André Pereira Eduardo Figueiredo
Desafios II: Terapia génica — André Pereira Eduardo Figueiredo 159
Desafios III: Medicina personalizada  André Pereira Eduardo
Figueiredo

Bibliografa
Legislação relevante

 

 

“ um mundo em que apenas uma superelite reduzidíssima fosse capaz de compreender a ciência e a tecnologia avançadas e as suas aplicações seria, do meu ponto de vista, um mundo perigoso e limitado”.

                                                                                 Stephen Hawking

Os Autores

Heloísa G. Santos é Geneticista Clínica e Doutorada em Genética Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). Primeira Directora do Serviço de Genética Médica do Hospital S. Maria (2000-2004). Professora Convidada de Genética Médica da FMUL (1991-2004). Membro do International Committee of Bioethics da UNESCO (2002-2006). É sócia Honorária e actual Presidente da Comissão de Bioética da Sociedade Portuguesa de Genética Humana da qual foi fundadora e a primeira Presidente. É membro da British Society for Genetic Medicine, da European Society of Human Genetics e da Tuberous Sclerosis Association (Honorário)Além de outras distinções, recebeu, em 1991, o Prémio Nacional de Genética.

André Dias Pereira é Mestre e Doutor em Direito Civil pela Universidade de Coimbra. Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Director do Centro de Direito Biomédico da mesma universidade. Presidente da Comissão de Ética da AIBILI. Membro da Comissão de Bioética da Sociedade Portuguesa de Genética Humana. Fellow do European Centre of Tort and Insurance Law (Viena). Foi (2012-2016) membro da Direcção da Associação Mundial de Direito Médico e é, desde 2015, Membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Edição da Gradiva


quinta-feira, 8 de junho de 2023

JOÃO TABORDA - UM FOTÓGRAFO HUMANISTA

 


      João Taborda 

  

Nascido em Lisboa a 19 de Julho de 1950.Conceituado pneumologista, João Taborda revelou desde muito cedo uma grande paixão e um talento especial para a Arte Fotográfica. Realizou mais de 40 exposições fotográficas a nível nacional e internacional. Recebeu inúmeras distinções, sendo as mais recentes:  

2003 – AFIAP, “Artist by the Fédération International de L’Art Photographique” (FIAP)  

2012 – EFIAP, “Excellence Artist by the Fédération International de L’Art Photographique” (FIAP) 2013 – Distinção PPSA pela “Photographic Society of America” (PSA) (fotografia do ano)  

2015 – Título Hon.FtGM (Honoris Fotogram) pelo “Fotogram Art Studio”, Belgrado  

2016 – Título MIVAF (Master Indian Visual Art Foundation) – 3.º Lugar, Classificação Mundial da PSA - Who´s Who, Fotojornalismo  

2017 – Globo de Ouro (Pangea de Ouro), Siena Photo Awards, Itália (entre mais de 160 países e dezenas de milhares de fotografias)  

2018 – Título International Ambassador and Photographic Exchange, Guangxi, China   

         – “Grande prémio de fotografia de 2018”, Polónia, PhotoArtMédica  

2019 – Distinção MPSA (Master - Photographic Society of America)  

          – Distinção GPSA (Gold – Photographic Society of America).  

Ganhou mais de 800 prémios e distinções, dos quais mais de 300 medalhas de ouro, o que por certo o coloca na posição de ser, provavelmente, o português com mais prémios obtidos a nível internacional, dos quais se destacam:  

– Medalha de Ouro PSA (Sociedade Americana de Fotografia) por mais de 40 vezes;  

– Medalha de Ouro FIAP (Federação Internacional de Arte Fotográfica) por mais de 30 vezes;  

– Medalha de Ouro UPI/GPU (União Global de Fotógrafos) por 12 ocasiões.  

Foi júri de múltiplos salões internacionais de fotografia. 

Era Artista de Excelência da Federação Internacional de Arte Fotográfica (EFIAP) desde 2012. 

Em Janeiro de 2019,foi-lhe sido atribuído o titulo de Master da Sociedade Americana de Fotografia(Master PSA) 

Sentia-se feliz por ter muitas das suas fotografias nos vários serviços do Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospital Pulido Valente e Hospital de Santa Maria). 

A 4 de Novembro de 2019,foi inaugurada, com a sua presença no salão nobre do Hospital do Mar, a sua derradeira exposição que seria apresentada,no mês seguinte,na Biblioteca  Municipal de Sesimbra mas à qual já nâo pode comparecer. 

Pelo seu contributo como médico, fotógrafo e cidadão exemplar, e uma genuína paixão por Sesimbra, a Câmara Municipal decidiu atribuir-lhe o Medalhão da Vila de Sesimbra na cerimónia de inauguração. 

Dia  29 de Janeiro de 2020, cinco dias após o seu desaparecimento, foi distingido pelo Rotary Clube de Sesimbra como “Profissional do Ano de 2019 "pela sua carreira fotográfica e em Novembro de 2021 foi lançado o livro "João Taborda.Um fotógrafo humanista"concretizando-se,deste modo,um projecto que o tempo não o permitiu realizar. 

No decurso do ano de 2022,já pós-pandemia,foram efectuadas inúmeras exposições,sendo o público numeroso e assíduo! 


 
Nota de rodapé
 Este é o livro que o nosso colega e amigo João Taborda sonhou mas que não teve tempo de concretizar; a esposa, a nossa colega Fátima Caeiro Taborda, delineou e concretizou esta tarefa colossal revestida de elevada densidade sentimental. É um livro para ver e rever e que recomendamos. Para adquirir o livro contactem o email:          caeirofatima2002@hotmail.com

Edição Fátima Caeiro Taborda