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terça-feira, 10 de outubro de 2023

A INQUISIÇÃO DE LISBOA (1537-1579)





Daniel Norte Giebels

 

Muitas páginas foram escritas sobre o impacto da actividade da Inquisição portuguesa.

Poucas, porém, revelam o interior dos seus tribunais distritais, sendo o de Lisboa aquele que, até à publicação desta obra, menos se conhecia e, no entanto, mais importava conhecer, considerando a precedência e centralidade que assumiu durante o processo de estabelecimento da Inquisição em Portugal.

É  o primeiro estudo monográfico sobre a Inquisição de Lisboa. A abordagem quis-se inédita, procurando uma visão integral do funcionamento do tribunal entre 1537 e 1579, recorrendo a um exaustivo trabalho de levantamento de fontes régias, eclesiásticas e inquisitoriais, como os 3000 processos que se consultaram.

O leitor poderá conhecer quem eram os servidores que compunham os quadros humanos do tribunal, as funções que desempenhavam, os vencimentos que auferiam, as suas proveniências familiares, profissionais e académicas. Será depois convidado a visitar os recantos do auditório e cárceres, testemunhando as vivências que enchiam esses espaços. De seguida, deter-se-á, certamente, nos balanços de receita e despesa que nem sempre viabilizaram o seu funcionamento. Terminada esta incursão pela organização interna, observará, finalmente, a máquina inquisitorial em actividade, desde os mecanismos de vigilância à prática processual e penal. Transversais a toda a leitura, as relações que o tribunal foi estabelecendo com outros poderes, como a Coroa, a Igreja, as Ordens Religiosas e Militares.

                                                                                                   

 O Autor

Daniel Norte Giebels é doutorado em Altos Estudos em História pela Universidade de Coimbra e investigador integrado do Centro de História da Sociedade e da Cultura. Foi distinguido, em 2015, com o 1º Prémio Nacional de Ensaio Histórico António Rosa Mendes.

Edição da Gradiva

 

sábado, 28 de novembro de 2020

NARRAÇÃO DA INQUISIÇÃO DE GOA


 

Charles Dellon

Edições Antígona, 1996


Notas de leitura

O título pouco me disse quando deparei há alguns anos com este livro no escaparate de uma livraria. 

Goa?!   da fúria inquisitorial nessas paragens pouco sabia, apenas tinha conhecimento do facto espantoso da condenação pelo Tribunal do Santo Ofício em 1580 - doze anos após a sua morte - do médico Garcia de Orta por judaísmo, do que resultou a exumação dos seus restos mortais que depois foram lançados à fogueira. Já em 1569, a sua irmã Catarina tinha sido queimada viva pelo crime de judaísmo, num auto-de-fé em Goa.

Mas … voltemos a este livro, é a primeira vez que leio um relato na primeira pessoa de alguém que caiu na teia dos processos da Inquisição e que  nos deixou um testemunho,  muito bem narrado, dos  anos de tormentos vividos nas masmorras do Santo Ofício.

Quem foi Charles Dellon?  Um médico francês, católico, nascido em 1649 e falecido provavelmente em 1709. Depois de ter passado por Cabo Verde, ilha da Reunião e Moçambique, fixou-se em Damão em 1673 para exercer a sua profissão. Vítima do obscurantismo, foi acusado de heresia e no mesmo ano foi preso em Goa, onde começou a sua tragédia.

Assim, se quiser saber “tudo” sobre este período de trevas da nossa História, que se prolongou por quase três séculos, comece por este livro. FC


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O JUDEU


Camilo Castelo Branco


Romance histórico paradigmático da obra camiliana, O Judeu , que serviu de inspiração à peça homónima de Bernardo Santareno, é uma saga que acompanha quatro gerações de uma família numa das épocas mais conturbadas da nossa história.

Se os elementos são os clássicos de um qualquer romance do estilo - um conflito familiar, uma história de obsessão, um tesouro escondido, várias histórias de amor não correspondido e algumas paixões numa narrativa que atravessa dois continentes e vários países, um anel com um segredo, traições e perseguições - Camilo coloca-se acima do estereótipo do romance histórico romântico e as suas notas e comentários assumem uma modernidade extraordinária. 

Muito provavelmente, este romance de 1866 é o mais notável libelo contra a discriminação da literatura portuguesa.

«É impossível que o leitor não associe os crimes monstruosos da Inquisição do passado aos crimes não menos monstruosos dos opressores e tiranos dos tempos modernos.»

Alexandre Cabral

Da contracapa

Editado pela E- Primatur em 2016