Rui
Sobral de Campos
Existem várias
obras sobre o Estado Novo focando o funcionamento da ditadura bem como a
violência que a PIDE exerceu durante décadas sobre os opositores. A Revolução
de 1974 acabou com o regime e também com a acção da polícia política. Alguns
agentes foram detidos e mais tarde julgados. Mas a Revolução não acabou com as
recordações do sofrimento de quase 29 mil prisioneiros que se foram revezando
nas masmorras do regime, tal como não cortou com as memórias dos descendentes
quer das vítimas, quer dos 3000 torcionários, assim como de cerca de 20 mil
informadores.
Em Nome de Meu Pai
é uma obra de ficção, embora apoiada em factos respeitantes à ditadura que
estão bem documentados e que abordam diversos temas. Tamareira é um apelido
raro. Foi escolhido porque o tema ficcional é um assunto restrito, fala dos
descendentes de ambos os lados e daquilo que eles poderiam ter sentido ao longo
das décadas já decorridas.
Duas gerações
passaram sobre o colapso do Estado Novo. Para os recém-chegados, o passado irá
aos poucos perder o seu significado, sobretudo para os nascidos no presente
século. Têm legitimamente outras preocupações, vivendo num país que tem pouco a
ver com o Portugal da ditadura. Se, por um lado, essas preocupações são
pertinentes, por outro, a nossa memória colectiva, enquanto povo, deverá chegar
até elas, pois o conhecimento do que sucedeu é essencial para que os momentos
mais sombrios não se repitam.
Da contracapa
O Autor
Rui Sobral de Campos nasceu em
1941 no Porto. Publicou quatro romances, entre os quais Em Nome de Meu Pai
distinguido com o Prémio Fialho Almeida Ficção 2019 da Sociedade Portuguesa de
Escritores e Artistas Médicos.
Licenciado em
medicina e em história, Sobral de Campos trabalhou em hospitais públicos e
privados de 1970 a 2012.
Na sua obra
literária, Sobral de Campos procura ajudar a que o iníquo Estado Novo não caia
no esquecimento, pois as novas gerações, sobretudo as nascidas pós 25 de Abril,
têm legitimamente outras preocupações.
Outros temas que
lhe interessam têm a ver com as desigualdades sociais que manietam Portugal,
bem como a lenta subida do elevador social.
Edição
da Althum.com
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