quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

EM NOME DE MEU PAI





Prémio Fialho Almeida Ficção - SOPEAM 2019

Rui Sobral de Campos

Existem várias obras sobre o Estado Novo focando o funcionamento da ditadura bem como a violência que a PIDE exerceu durante décadas sobre os opositores. A Revolução de 1974 acabou com o regime e também com a acção da polícia política. Alguns agentes foram detidos e mais tarde julgados. Mas a Revolução não acabou com as recordações do sofrimento de quase 29 mil prisioneiros que se foram revezando nas masmorras do regime, tal como não cortou com as memórias dos descendentes quer das vítimas, quer dos 3000 torcionários, assim como de cerca de 20 mil informadores.

Em Nome de Meu Pai é uma obra de ficção, embora apoiada em factos respeitantes à ditadura que estão bem documentados e que abordam diversos temas. Tamareira é um apelido raro. Foi escolhido porque o tema ficcional é um assunto restrito, fala dos descendentes de ambos os lados e daquilo que eles poderiam ter sentido ao longo das décadas já decorridas.

Duas gerações passaram sobre o colapso do Estado Novo. Para os recém-chegados, o passado irá aos poucos perder o seu significado, sobretudo para os nascidos no presente século. Têm legitimamente outras preocupações, vivendo num país que tem pouco a ver com o Portugal da ditadura. Se, por um lado, essas preocupações são pertinentes, por outro, a nossa memória colectiva, enquanto povo, deverá chegar até elas, pois o conhecimento do que sucedeu é essencial para que os momentos mais sombrios não se repitam.

 

Da contracapa

 

O Autor

Rui Sobral de Campos nasceu em 1941 no Porto. Publicou quatro romances, entre os quais Em Nome de Meu Pai distinguido com o Prémio Fialho Almeida Ficção 2019 da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos.

Licenciado em medicina e em história, Sobral de Campos trabalhou em hospitais públicos e privados de 1970 a 2012.

Na sua obra literária, Sobral de Campos procura ajudar a que o iníquo Estado Novo não caia no esquecimento, pois as novas gerações, sobretudo as nascidas pós 25 de Abril, têm legitimamente outras preocupações.

Outros temas que lhe interessam têm a ver com as desigualdades sociais que manietam Portugal, bem como a lenta subida do elevador social.

 

Edição da Althum.com

Sem comentários:

Enviar um comentário