Gunter Grass
Prémio Nobel da Literatura, 1999
Numa centena de histórias - cada uma situada num ano do século XX -
Gunter Grass recorda os acontecimentos emblemáticos da política, da ciência e
das guerras, mas também factos aparentemente triviais que marcaram o
quotidiano, os hábitos e os valores.
O meu século é um
monumento literário sobre a herança de grandeza e horror que transportámos para este
século.
Da
badana
“Quando a Guerra se
aproximava do fim e já só havia estragos e perdas a relatar, ainda vinham
pedir-nos que apelássemos à “resistência”. Nada de relatos assustadores, nada
de requentados. No campo de concentração evacuado vi empilhar os cadáveres
abandonados e pegar-lhes fogo. Vi tudo aquilo e nem uma palavra escrevi. Que
vem a ser isso de Paz, afinal? Cá para nós, a guerra nunca acabou.”
Da
contracapa
O Autor
Gunter Grass nasceu em
1927, na cidade de Danzig na Polónia e faleceu em 2015, em Lubeck na Alemanha. Tinha
nacionalidade alemã. Aos dezasseis anos foi recrutado pelo exército alemão para
combater na II Guerra Mundial onde foi ferido em combate em 1944 e mais tarde
aprisionado pelas tropas norte americanas. Libertado em 1946, passou por um
período difícil trabalhando na agricultura, numa mina de potassa e como
aprendiz de pedreiro.
A experiência conseguida
durante esse período fez com que se entusiasmasse pela vida criativa e em 1948
é admitido no curso de Pintura e Escultura da Academia das Artes de Düsseldorf.
Obteve grande
reconhecimento a nível internacional após a publicação de “ O Tambor de Lata”
(1956). Continuou a escrever, publicando “O Gato e o Rato” (1961) e “O
Cão de Hitler” (1963), que com “O Tambor de Lata”, formam a "Trilogia
de Danzig". Alternou a actividade literária com a escultura, enquanto
participava de forma activa da vida pública de seu país. A partir da década de
70, debruçou-se sobre temas de importância, como o pacifismo, a ecologia, o
feminismo e o papel dos intelectuais na realização de um mundo melhor.
Edição
da Casa das Letras
Nota de rodapé
Para quem desconhece:
Gunter Grass tinha casa junto à serra de Monchique no Algarve, onde expunha com
regularidade a sua obra plástica. Parte do discurso do Nobel foi redigido em
Portugal.
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