segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O MEU SÉCULO

 



Gunter Grass

Prémio Nobel da Literatura, 1999

Numa centena de histórias - cada uma situada num ano do século XX - Gunter Grass recorda os acontecimentos emblemáticos da política, da ciência e das guerras, mas também factos aparentemente triviais que marcaram o quotidiano, os hábitos e os valores.

O meu século é um monumento literário sobre a herança de grandeza e horror que transportámos para este século.

Da badana

“Quando a Guerra se aproximava do fim e já só havia estragos e perdas a relatar, ainda vinham pedir-nos que apelássemos à “resistência”. Nada de relatos assustadores, nada de requentados. No campo de concentração evacuado vi empilhar os cadáveres abandonados e pegar-lhes fogo. Vi tudo aquilo e nem uma palavra escrevi. Que vem a ser isso de Paz, afinal? Cá para nós, a guerra nunca acabou.”

Da contracapa

O Autor

Gunter Grass nasceu em 1927, na cidade de Danzig na Polónia e faleceu em 2015, em Lubeck na Alemanha. Tinha nacionalidade alemã. Aos dezasseis anos foi recrutado pelo exército alemão para combater na II Guerra Mundial onde foi ferido em combate em 1944 e mais tarde aprisionado pelas tropas norte americanas. Libertado em 1946, passou por um período difícil trabalhando na agricultura, numa mina de potassa e como aprendiz de pedreiro.

A experiência conseguida durante esse período fez com que se entusiasmasse pela vida criativa e em 1948 é admitido no curso de Pintura e Escultura da Academia das Artes de Düsseldorf.

Obteve grande reconhecimento a nível internacional após a publicação de “ O Tambor de Lata” (1956). Continuou a escrever, publicando “O Gato e o Rato” (1961) e “O Cão de Hitler” (1963), que com “O Tambor de Lata”, formam a "Trilogia de Danzig". Alternou a actividade literária com a escultura, enquanto participava de forma activa da vida pública de seu país. A partir da década de 70, debruçou-se sobre temas de importância, como o pacifismo, a ecologia, o feminismo e o papel dos intelectuais na realização de um mundo melhor.

 

Edição da Casa das Letras

Nota de rodapé

Para quem desconhece: Gunter Grass tinha casa junto à serra de Monchique no Algarve, onde expunha com regularidade a sua obra plástica. Parte do discurso do Nobel foi redigido em Portugal.


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