Daniel Norte Giebels
Muitas páginas foram
escritas sobre o impacto da actividade da Inquisição portuguesa.
Poucas, porém, revelam o interior dos seus
tribunais distritais, sendo o de Lisboa aquele que, até à publicação desta
obra, menos se conhecia e, no entanto, mais importava conhecer, considerando a
precedência e centralidade que assumiu durante o processo de estabelecimento da
Inquisição em Portugal.
É o
primeiro estudo monográfico sobre a Inquisição de Lisboa. A abordagem quis-se
inédita, procurando uma visão integral do funcionamento do tribunal entre 1537
e 1579, recorrendo a um exaustivo trabalho de levantamento de fontes régias,
eclesiásticas e inquisitoriais, como os 3000 processos que se consultaram.
O leitor poderá conhecer quem eram os servidores
que compunham os quadros humanos do tribunal, as funções que desempenhavam, os
vencimentos que auferiam, as suas proveniências familiares, profissionais e
académicas. Será depois convidado a visitar os recantos do auditório e
cárceres, testemunhando as vivências que enchiam esses espaços. De seguida,
deter-se-á, certamente, nos balanços de receita e despesa que nem sempre
viabilizaram o seu funcionamento. Terminada esta incursão pela organização
interna, observará, finalmente, a máquina inquisitorial em actividade, desde os
mecanismos de vigilância à prática processual e penal. Transversais a toda a
leitura, as relações que o tribunal foi estabelecendo com outros poderes, como
a Coroa, a Igreja, as Ordens Religiosas e Militares.
O Autor
Daniel Norte Giebels é doutorado em Altos Estudos em
História pela Universidade de Coimbra e investigador integrado do Centro de
História da Sociedade e da Cultura. Foi distinguido, em 2015, com o 1º Prémio
Nacional de Ensaio Histórico António Rosa Mendes.
Edição
da Gradiva
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