sábado, 14 de janeiro de 2023

HISTÓRIA DA ESCRAVATURA


 


James Walvin

Uma grande síntese da história global da escravatura, desde a Antiguidade Clássica até ao Abolicionismo, em 1807, com especial incidência no tráfico negreiro do Atlântico.

James Walvin procedeu à selecção dos textos históricos que têm a capacidade de recriar o enquadramento social e económico que tornou possível – e até moralmente aceitável – uma instituição tão bárbara e desumana. Colocando lado a lado estes documentos históricos e a própria narrativa de Walvin, incisiva e impiedosa, do ponto de vista histórico, as duas perspectivas formam um estudo definitivo sobre o tráfico de escravos do Atlântico, permitindo a compreensão mais nítida da ascensão e queda de um dos episódios mais vergonhosos da história europeia, bem como das repercussões que ainda se fazem sentir na sociedade contemporânea.

O autor sugere que a viabilidade económica dos territórios colonizados da América do Norte ficou a dever‑se ao uso de escravos para o trabalho nas plantações. Na época, considerava‑se que os índios americanos nativos eram desprovidos da imunidade necessária para sobreviver às enfermidades trazidas pelos colonos brancos. O trabalho escravo foi determinante para o sucesso das primeiras plantações de açúcar e tabaco, que conduziu a uma procura crescente destes produtos na Europa, o que alimentava, por sua vez, a expansão do tráfico de escravos transatlântico.

Walvin sugere ainda que a riqueza e a posição de poder hoje ocupada pela Grã‑Bretanha e pelos Estados Unidos se deve, em grande medida, à exploração dos escravos, uma vez que os bens produzidos por estes eram fundamentais na economia de ambos os países. Para além disso, o trabalho escravo fomentou e acelerou a própria Revolução Industrial e a emergência da indústria capitalista.

 Portanto, Walvin considera que esta é uma dívida ainda não saldada, pois, para além de todos os infames pressupostos morais que possibilitaram a exploração de trabalho escravo, os danos infligidos no continente africano incluem uma perda maciça de população e o desrespeito pelas estruturas sociais, de modo a assegurar o tráfico negreiro ao longo de mais de quatro séculos. A perda de dignidade, devido ao facto de lhes ser sistematicamente negada a humanidade por parte dos europeus – o único modo de justificarem o tratamento que lhes davam – foi talvez a consequência social mais insidiosa.

Sinopse da Editora

 

“Arrancado a um estado de inocência e liberdade de forma tão cruel e bárbara, e assim remetido para um estado horror e escravatura: eis uma situação de abandono que é mais fácil imaginar do que descrever.”

Ottobah Cugoano, 1787

(escravo sobrevivente de uma viagem transatlântica)

Da contracapa

 


O Autor

James Walvin foi professor durante vários anos na Universidade de York, onde hoje ocupa o cargo de professor emérito de História, tendo sido também professor visitante em várias universidades das Caraíbas, dos EUA e da Austrália. É autor de diversos livros sobre história da escravatura e do comércio de escravos, como Black Ivory: A History of British Slavery. A sua obra Black and White foi galardoado com o prémio Martin Luther King Memorial.

 

Publicado pelas Edições Tinta da China

 

 


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